Caneca de ágata
Te vejo aprumada em cima da mesa
Brilhante beleza
Vertendo aromas
A mãe diz cuidado
Caiu, descasca; descuidou, queimou
Nem assim, nada me embaraça
Na vontade de lhe tocar.
Caneca de ágata
Mimo vindo da casa da vó
De retrô só o discurso da mãe
Que um dia hei de repetir ao meu filho
Defronte de ti.
Caneca de ágata
Ves a infância ser esmaltada
Nesse charme contínuo e vermelho
Talvez até escorregue das mãos
Mas jamais da delicadeza
Que queimou meu coração.
Caneca de ágata
Teu nome poderia ser nostalgia
Continuo te segurando
Todas manhãs na memória.

