Fui varrido para debaixo do tapete
A festa vai começar
Espio saltos finos
Escuto infindáveis fofocas
Vejo maridos olhando curvas alheias
Compadeço me com as crianças
Olhos dilatados parecem que beberam
Mas não
Só seguram um silenciador nas mãos
O jantar está servido conclama a varredoura dona da casa
Enfim, todos saem do lado do tapete
Estou com ânsia
E não é do cheiro de xixi de cachorro
Misturado com aromatizador
No centro da mesa
Candelabros, flores, frutas,
Queijos, taças e castanhas
As baixelas começam a chegar
As baixarias ainda não
Os convidados elogiam a serventia
Mal sabem dos bastidores
Para parecer tudo no lugar
Estou com medo aqui debaixo do tapete
Temo que eles venham disputar o lugar
Saberão ser varridos?
Não é fácil a vida de pó
O menino sumiu
Fiquei sozinho
O pó no centro da sala
Constatando a decomposição de pós.
Uma beleza de texto. Parabéns.
olhos de coruja…
vendo na escuridão…
sombria sabedoria…
olha e vê, não dá para esconder
mas ainda por um tempo debaixo do tapete
não mais debaixo dos escombros…
bate nos ombros, tira o pó…
o vivo é durante, antes e pós…
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Obrigada. Olhos de coruja…pura poesia. Abraços 🙋🏽♀️
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Adoro narradores inanimados e que se revelam só ao final do texto. Mais uma crítica ferrenha. ❤❤
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Renata, que saudade. Agradeço seu comentário, abraços 🙋🏽♀️
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Também estava com saudade.
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Muito bom!
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Agora fiquei entre corações e estrelas😀obrigada 🙋🏽♀️
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❤️❤️🙋♀️🌟🌟 Um grande beijo!!
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Muito bom! Parabéns!
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Obrigada Dulce, fico feliz com suas palavras🙋🏽♀️
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