Primeiras rugas.

Depressao com poesia, Cristileine Leão,
Lancei meu olhar de 40 para vocês. Que tal?

As primeiras rugas
Estavam comigo desde a concepção
Agora se revelam/

São marcas de idas e vindas
Para quem até aqui chegou
Mostrando no rosto
As mais fortes impressões
De vida/

As primeiras rugas
Avisam que ninguém é eterno
Assim como vai se embora
O colágeno a cada amanhecer
A cada anoitecer, somos revestidos
De nova pele/

As primeiras rugas me dizem passivas
Que mudarei de face e de fase
Brotam novos sentidos e gemidos
Germinam na Terra suas marcas/

Gritam com fúria as rugas
Avisando que para a lei da gravidade Não tem idade/

Corpo por aqui passante
Hidrate a sua alma
Que gosta de carinho e cuidado
Deixe para lá inúteis rusgas/

Mais calmas me cochicham as rugas
Te carimbo com o tempo
Meus sinais são provas
De que você está vivo
Viva, viva/

Aos longevos
A ruga é última pele que lhe cobrirá
Antes do nascer da vida encoberta
Aos nossos olhos.

 

 

 

12 comentários

  1. ” Hidrate a sua alma, que gosta de carinho e cuidado…deixe para lá inúteis rusgas “… que poesia maravilhosa Cristileine! Simplesmente adorei pela leveza com que descreves as primeiras rugas. Linda linda linda… parabéns! Tenha uma tarde abençoada… beijo no coração!

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  2. “Lancei meu olhar de 40 para vocês. Que tal?” Esse olhar diz tudo, assim como os olhares dizem. O trecho “para a lei da gravidade não tem idade” me trouxe lembrança do trecho da canção do Radiohead, Fake Plastic Trees que diz que a gravidade sempre vence.

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