Os sofrimentos vertem

O que: Suicídio e rede social

Quem: jornalista Chico Ferreira

Onde: Thathi/com

Quando: 13.03.2020

Por quê: Na época que eu era uma estudante de jornalismo em Ribeirão Preto SP, assistia esse jornalista como âncora na EPTV e pensava, quando crescer quero ser como ele.

Hoje tão longe do Brasil e sem nenhuma vontade de trabalhar com o jornalismo, me esbarrei com esse artigo do Chico Ferreira, que mais do que relatar a dor pessoal de perder um parente para o suicídio, nos esclarece sobre uma dor mais cruel que a morte: o julgamento.

Quem somos nós para banalizar a dor do outro?

Quem somos nós para decidir o que é certo e errado?

Quem somos?

Descrevendo passagens do livro “Os sofrimentos do jovem Werther”, do escritor alemão Johann Wolfgang Goethe, que coincidentemente (ou não) encontrei na doação essa semana, peguei na esperança de um dia conseguir ler ainda nessa vida. Risos.

Livro O
Os sofrimentos do jovem Werther, Goethe

Quando lançado em 1774, esse livro levou milhares de jovens a cometerem suicídio como o protagonista, o efeito cascata foi tanto que o livro foi banido e até hoje a imprensa mundial se abstém em falar do suicídio com profundidade… mantendo o tabu.

Em Ribeirão Preto dois jovens suicidaram-se em um shopping no centro da cidade, o que foi amplamente comentado nas redes sociais (menos na imprensa oficial).

Só para se ter uma idéia, aqui para nós na Alemanha chegou a notícia que encontraram uma lista com nomes de jovens que planejavam ir para o mesmo caminho. Ainda não sei se isso é real. Quando eu soube pensei que era fake news até ler esse artigo. No qual o jornalista relata passagens do livro e da vida de Goethe, mais do que isso, ele diz sobre como era a vida e a luta da sua sobrinha:
A nossa querida Laura estava doente. Não lhe faltou tratamento adequado… era cercada de todos os cuidados… Nada disso a demoveu da ideia de acabar com a dor que só ela sabia. Ao que parece, ainda não escaneamos o grau e o limite desta doença

O louco vai morrer de febre!

Se tivesse esperado até que suas forças voltassem, até que houvessem corrigido seus humores e apaziguado o tumulto de seu sangue, tudo se restabeleceria e estaria vivendo até hoje”

Goethe.

Hoje eu vivo, apesar da febre e da loucura da depressão. Hoje orarei por Laura e sua família. Mas alerto, há muitas outras febres e loucuras rondando nas redes sociais, pior do que o vírus, o preconceito, o julgamento e o sarcasmo são letais e silenciosos (vide as estatísticas).

Os sofrimentos dos jovens vertem, não podem ser ignorados.

O que verte em ti?

Leia o artigo do jornalista Chico Ferreira na íntegra

➡️ Suicídio na Rede ⬅️

8 comentários

    1. Por mais que penso, não chego a nenhuma conclusão… entendo a dor e a resistência… e isso é muito pouco… somos mais.
      Bom fim de semana pra vc tbm, aqui decretada a quarentena, marido e crianças em casa, deseje força pra mim, rsrs.

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  1. Sábias verdades, muitas vezes transformadas em fake news:

    Não julgueis, para que não sejais julgados.
    Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. (Mateus 7:1,2)

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