Como é duro ter meus olhos
Vejo por trás da cena
Das férias
Flores fakes na mesa
Mulher chique
Cheia de brilho, salto alto
Dando chilique
Esqueceu de reservar
Mesa para jantar
Com fome
Revelamos o lado animal.
O suor do bartenden escorre
Cai da testa para as orelhas
Caiu, quebrou
As taças diante da platéia
Tensão no ar
Aonde voam bebidas.
A senhora do meu lado
Toda cheia de graça
Com seus cachos brancos
Aplaudia o show
Com suas mãos para cima
Na sua solidão
Olho suas mãos toda enrugadas
Como será que está a pele da minha alma
Que não vê graça nesse show?
Que só visa vender coquetel
Estou com o meu na mão
Ele não me entorpece
Escrevo para esquecer
“… a pele da minha alma..” , passagem de verso extraordinária que remete a mais profunda interiorização e pergunta que me faço em todo amanhecer dos meus dias. Como Cazuza gravou “A vida não para”. Reflexão muito rica. O meu abraço.
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Meu abraço também em mais um amanhecer, até mais 🙋♀️
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