Conflito que gera ações.

Quando os filhos começam a ir para a adolescência os pais também começam mudar de fase. A medida que, as questões que antes atormentavam como maternidade, primeiros passos, escola, amiguinhos, vão sendo resolvidas. Já que a prática leva à perfeição e a gente se sente pais mais confiantes. Eis que, se abrem as portas de novas questões que precisam de elaboração e solução tanto para pais quanto para filhos. Questões como sexualidade, drogas, mundo virtual, autoestima, etc.

Todos sabemos que adolescência dói, como dói, é um pé lá e outro cá, entre a infância e a vida adulta. É uma fase em que tudo é definitivo, idealizado e opressivo. Tem que ser para agora, tem que ser para sempre, mas, tem que ser o quê?

Os pais diante desse novo desafio também balançam com um pé na própria infância e o outro no futuro incerto. E com o corpo inteiro no medo e vontade de acertar.

Voltam para a vida do casal aquelas calorosas discussões (nos 2 sentidos) para definir o melhor caminho a ser seguido. Melhor mesmo é o caminho de uma única voz conquistado com a temperança e a conivência dos dois.

Pais de plantão eterno, a medida entre a liberdade e a rigidez é uma fórmula mágica eterna que se aprende na prática.

Tendo que levar em conta que tanto o pai quanto a mãe vieram de criações, costumes e hábitos diferentes. Carregam a própria bagagem familiar e estão diante da realidade do filho completamente diversa de ambos.

Somos pais cheios de autoridade e dúvidas, cuidando de filhos cheios de dúvidas e buscando espaço de autoridade. Acrescenta-se à tudo isso as tecnologias, as gírias e as músicas jamais ouvidas por esses “veios” aqui. Ulala!

Quando eu era adolescente achava que isso era conflito de gerações, hoje como mãe e responsável por vidas que coloquei no mundo, acredito que essa fase pode ser um conflito que gera ações.

Rodamos, rodamos e caimos no campo da fé, esperança, confiança (ou seja lá o nome que quiser dar) de que o resultado dessas ações seja bom.

É isso aí, a vida é essa poesia repleta de amor e drama que vamos escrevendo todos os dias nesse papel escudo do tempo.

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19 comentários

  1. 0-NO BANCO DE TRÁS
    Nossa vida passa por momentos de alternância, muitas vezes sem percebermos.
    Nossa maneira de lidar com esse revezamento natural determina nossa paz diária.
    Numa fase, temos o controle de nossas vidas, estamos ao volante, guiamos para onde queremos, do jeito que queremos.
    Nossos filhos viajam atrás, confortáveis em suas cadeirinhas, ou já sentados no banco de trás.
    Aceitam o destino por nós escolhido. Confiam, se entregam, observam, aprendem.
    Sonham com o dia em que ocuparão o banco do carona ou, melhor ainda, do motorista.
    E chega a hora em que eles passam para a frente, nós passamos para o banco de trás.
    Aí muita sabedoria é necessária. De motoristas e passageiros.
    Passageiros precisam confiar no novo motorista, nos ensinamentos que eles receberam e relaxar. Não interferir tanto.
    O “controle” de certa forma está com eles.
    Motoristas necessitam saber que os passageiros, outrora motoristas, ainda que estejam menos ágeis ou espertos, não desaprenderam o que sabiam. Ainda podem ensinar algo.
    São necessários aqui muita tolerância, respeito, gratidão.
    Essa relação acontece dentro dos veículos e fora deles.
    Pais e filhos precisam reconhecer que à medida que crescem e envelhecem a situação pode se inverter ou, no mínimo, mudar.
    Aceitar que em qualquer idade todos podem aprender, podem ensinar.
    Num dado ponto notamos que não há supremacia de um sobre o outro, apenas admiração e amor.
    E um pouco de bom humor também não faz mal a ninguém.
    Sabemos que chegará o instante em que nem estaremos mais nesse carro.
    Outras crianças estarão no banco de trás e o ciclo recomeçará.
    Boa viagem!
    Alda M S Santos

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  2. Sensacional : conflito que gera ações… um problema talvez esteja em sair dos conflitos e partir para os confrontos… aí as ações se tornam retrógradas e infantis em ambas as partes… as práticas nem sempre são claras… e a distinção entre conflitos e confrontos, menos ainda…abraço fraterno.

    Curtido por 1 pessoa

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