Meu tio era andarilho.
Minha tia tinha esquizofrenia.
Quando minha avó estava bem de saúde, ela sempre fugia.
Meu pai por ciúme bebia.
Minha mãe cada vez mais temia.
Meu irmão fugiu aos 14.
Na outra vóvozinha que minha irmã mais vivia.
Meu tio morreu na sarjeta.
Minha tia nunca teve morada.
Minha vó se entregou ao AVC.
Meu pai diz dia-a-dia: só por hoje não beberei.
Minha mãe virou uma fera indomável.
Meu irmão adequou-se como viajante.
Minha irmã fugiu pra formar sua família.
Eu? Ah eu? Sempre tentando ser a normal, nunca tomei postura.
Sim eu, a coluna do meio, nunca entendi o existir. Fico por aí com esses olhos caídos esperando a queda final.
Me disseram que a morte não existe
Que a vida é eterna
Eterna também é a ilusão
Essa de ser normal.
Lá em casa somos unidos
Pelo o que o mundo não gosta de ver
Estamos na roda de Darwin
Com o terço na mão.
Que se ajoelhem os famigerados
Que nunca passaram por isso
Os inabaláveis e indestrutíveis humanos.
Que se levantem as famílias geradas
Pela realidade
Destrutivéis e abalavéis
Passantes
Passem bem.
Este trabalho está licenciado com uma Licença
Lembrei da música família dos Titãs.
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Taí boa memória, vou por na playlist 🙋🏽♀️
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A busca pela normalidade já é “anormal”. Ser “normal” é a pior das loucuras…
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Tenho confirmado isso cada vez mais …
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Se cada família fizer uma memória dessas aí não terá grandes diferenças. Meu bisavô morreu no hospício de Barbacena… nem vou contar o resto…
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Hei Alda, tem muitas coisas que nem dá para por no papel. Super beijo.
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❤️😘
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Estou com três poemas sobre os ‘manicômios’ de Barbacena para publicar…estava com dúvidas de quando e qual poesia em publicaria esta semana, já que publico uma vez por semana, em média. Cristileine e Alda me ajudaram…Barbacena é minha terra natal…mas, para além da loucura, também, é cidade das rosas…abraços ás duas amigas blogueiras…obrigado.
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Na espera da sua poesia. Qual a época da floração da Rosa aí? Aqui já começou. Ah, as crianças disseram que o jogo foi o assunto da escola, ficaram desolados. Falando em loucura, já assistiu o filme Nise no coração da loucura? Se não, recomendo fortemente. Abraços.
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Não assisti ainda. Vou ver se assisto nas próximas férias…em julho tenho férias de uma das escolas… os alemães ficaram desolados? Em Barbacena, as rosas de estufa florescem o ano todo, mas, o período mais produtivo é entre setembro e abril…
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Deve ser lindo, amo rosas. Sim, ficaram. Assista o filme tem muito a ver com o que falamos🙋🏽♀️
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Moramos em nós mesmos e (sobre)vivemos nesta vida a fugir da ultima morada, mas sabemos que dela viemos e tornaremos ao pó que sempre fomos e seremos. Mas ainda assim me resta a canção:’ morena quem te contou/ que esta noite serenou/ deitado no teu colo, serenou e não me molhou/ não me molhou’
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Gratidão 🌷
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Baita texto! Afiada e afinada. 🙂
Segue um livro interessante que me veio em mente:
“Normose” – Sobre a necessidade de superar as anomalias da normalidade – opiniões, atitudes, comportamentos e hábitos, dotados de consenso social e patogênicos, em diversos graus de intensidade.
Tenho o e-book no meu blog.
AbrasOM
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Vou procurar Adriano. Muito grata pela dica🦋
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Legal! Segue o endereço (não sei botar o link. (rs)
“PIERRE WEIL, JEAN-YVES LELOUP e ROBERTO CREMA – Normose”
https://anovamente.wordpress.com/e-books/
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Ontem mesmo já baixei esse, o poemas de Rumi e o Herói de Mil faces. Nossa, muito obrigada por esses compartilhamentos. Estou certa de que você está fomentando o crescimento espiritual de muitas pessoas. Super abraços, Cris.
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Poxa Cris… que fico feliz e agradecido. Que estes textos te tragam belos insights.
Mesmo que não leia o livro todo, vale o voo, conhecê-los. 😉
AbrasOM
Adri
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