Aqueles olhos roxos do soco escondiam lágrimas que não podiam ser derramadas perante uma criança/
De olhos roxos foi para a rua mostrar que não tinha o que esconder
Nem a profissão, nem a cor da pele, nem por ser mulher/
Levantou, enxergando o mínimo, foi varrendo as ruas da cidade em mais um dia de labuta/
Foi trabalhar de olhos roxos não para mostrar para os outros, mas para dar a si o vislumbre da dignidade/
Foi luzir seu existir além do inchaço, da dor e da vergonha/
A cor violácea deu exemplo para criança de qualquer idade/
Na vida há muito mais do que se entregar ao cravo da violência que já nasceu pregada em algumas peles mesmo antes do soco/
Olhos que Refletem como ametista.
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Complementando, sugiro a leitura e fotos desse artigo da BBC portuguesa
“Se te agarro com outro te mato”
Campanha denuncia a violência contra a mulher na música
Exposição fotográfica chamada de “Música uma Construção de Gênero“, da prefeitura de São Leopoldo, cidade do estado de Rio Grande do Sul, Brasil. Mostra como algumas músicas brasileiras, antigas e atuais, retratam as mulheres. Um chamado para refletir sobre o que escutamos e reproduzimos. Apesar de ser um evento preparado para o Dia Internacional da Mulher, o sucesso foi tanto que a exposição continua itinerante segundo o portal da Universidade Federal do Pampa.
Forte, Cris! E quantas vezes não vimos esse tom violáceo em outros olhos de mulheres e não soubemos o que dizer ou fazer? Bonito e intenso! Beijos.
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É chocante…antes do seu comentário não tinha relacionado o a cor violáceo com a palavra violência, está aí, poderia ser o título.
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É mesmo! 🙂
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Bela dica…vou levar para um trabalho de superação da violência contra mulheres de meus/minhas alunos/as…abraço.
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Bom motivo para conscientização. Abraços 🙋🏽♀️
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Republicou isso em AGRIDOCEe comentado:
Estamos no mês de prevenção à violência doméstica e, quando li este poema, escrito por minha amiga Cristileine Leão, tive a impressão de que foi escrito para o “Agosto Lilás”, não por acaso é lilás, roxo, violáceo – a cor da violência.
Amemo-nos!
❤
G.
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Obrigada G., você me a animou escrever outro, beijos.
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Cris, escreva mesmo! Você acompanhou o caso Tatiane Spitzner? Bem, não só por este caso, mas por todos os outros, penso que devemos falar sobre o assunto, alertar, explicar o que é relacionamento abusivo, desenhar se for preciso, porque ninguém merece ser maltratado com hostilidades, sarcasmos e outras grosserias e violências piores. Empoderar mulherar, porém, sem tratar o agressor é complicado. Aqui no sul, a rede lilás tem um trabalho interessante neste sentido – vou fazer um post aqui na blog sobre isso, ainda neste mês de agosto! Beijos, G.
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Acompanhei, mas imagino que não com a mesma intensidade que por aí. Triste saber que esse é só mais um entre tantos que ocorrem todos os dias. As estatísticas provam, e mais do que elas são os casos ocultos. Resquícios de uma sociedade que não suporta a voz e a postura de quem gera, alimenta e cria e brilha. Uma voz que quanto mais tentam sufocar, mais forte ela fica, é a força do ventre. São Marieles, Tatianes e muitas Marias dizendo que já não são aquelas mulheres de Atenas (as da canção de Chico Buarque). Acorda 2018 está no ar…
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