Roupa nova todo dia que alegria.

Gravata borboleta
Sapato envernizado
Um terno bem cortado
Vestido de cetim

Por 1.99
É tudo descartável
Pra nova estação
Regata de algodão

Saiu na Fashion Week
Garanto é de grife
O cheiro é Nova York
Você tem muita sorte

Rolou nas bugigangas
Sorriso abacaxi
Cartão foi parcelado
Me dá mais esse aqui

O macacão de renda
O salto é dourado
A lingerie é rara
A bolsa do Vuitton

No closet 20 blusas
Na mente a promoção
A qualidade é rara
No entanto não é cara

No lixo e no luxo
Somos todos iguais
Poluídos e poluidor

Deleitando no consumismo
Delegando os compromissos
Deletando todos riscos

Que mercado opressor
Que regime ani_mal
Que planeta restará?

Restos
Rejeitados
Ejetados

Do paraíso fiscal à ilha do lixo
Do trabalho mal pago
Dos recursos Finitos

Meu luar
Seu lugar
Alugar

Nosso lar
Nosso ar
Acabou.

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Se quiserem saber mais sobre o destino das roupas que consumimos sugiro esse texto do blog Jornalismo Especializado da FAAC– As novas tendências de consumo e a produção no mundo da moda – fala sobre o impacto dos resíduos têxteis no mundo e sobre a importância da moda sustentável.

Também falei desse tema brevemente nesse post aqui – Papo de mãe tartaruga.

O título desse post foi em alusão à música Juventude Transviada, interpretação Luiz Melodia e Cássia Eller.

 

12 comentários

  1. Sempre pensei nesse tema. Sempre pensei q produzimos demasiada roupa. Será necessário?
    Algumas lojas já recebem antigas para reciclar e dão um desconto.
    Participei de um grupo de mães e fomos visitar uma loja q vende coisas em segunda mão e inclui-se roupas. Eram tantas e tantas prontas p serem enviadas p África. Impressionante!

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    1. Que notícia ótima essa das lojas, nunca tinha ouvido falar. A escola das crianças também recebe roupas doadas para essa finalidade. Na Alemanha tem uns containers nas ruas para o depósito de roupas. Em Curitiba eu frequentava uma rua que era só de brechós, adorava. Têm muitos outros projetos que precisam ser mais divulgados também. Mas em lugares onde o acesso é fácil e barato, é difícil convencer as pessoas para o reuso. Cada um quer se sentir o primeiro a usar, não pensam da onde veio e nem para onde vai o produto…é um assunto extenso.

      Curtido por 1 pessoa

  2. Exatamente, Cris… Não é fácil adotar um estilo de vida com menos consumo, pois somos bombardeados pelo mercado, por apelos publicitários e por nossa sensação de querer pertencer, e o consumo sabe disso e explora muito bem essas vontades inconscientes, mas temos que ir tentando, aos poucos, buscar novas formas de consumo mais conscientes. Beijo.

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  3. Em casa, muitos irmãos, família simples, poucos recursos, usávamos roupas que ganhávamos de vizinhos e das famílias para quem minha ‘lavava roupas para fora’… hoje fazemos em casa o que precisávamos quando crianças…duas vezes por ano (em julho e dezembro) juntamos as roupas que pouco usamos e doamos…da mesma forma recebemos… para Emmanuel que nascerá em breve, não compramos sequer um para de meias…e ele já tem um armário cheio…reciprocidade é mais eficaz do que só reciclagem…seu poema, mais uma vez é oportuno e literariamente excelente,Cris.

    Curtido por 1 pessoa

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