Temos oito anos de diferença, ela me chama de Tata, eu a trato como se fosse sua mãe.
Talvez porque já lavei muitas fraldas de pano dela, talvez porque a minha seriedade nunca permitiu muita aproximação, talvez porque somos brutas, rústicas e sistemáticas.
Risos, coisas da vida.
Apesar de ficar claro nossas diferenças de personalidade, como:
eu sou de poucos amigos, ela conhece a cidade toda; eu globalizada, ela não se imagina longe do ninho; eu toda contida, ela explosiva.
Eu me seduzi pelas chaves da poesia, ela se especializou em fechaduras. Ela abre portas que eu jamais consigo entrar. Eu descrevo portas que não sei se ela consegue desvendar.
Nada disso, nada, nos impediu, tolhiu, ou conteve em derramar admirações mútuas.
“Tata para de ouvir essas músicas, elas são muito depressivas”.
Eu não me recordo ao certo se ouvia Legião Urbana, Adriana Calcanhotto ou Marisa Monte no momento… A única imagem clara na minha mente é que ela estava me prevenindo da minha própria personalidade… do porvir.
Mudei o tom, mas não deixei de amar nem as músicas e nem ela.
Pelos rumos da vida, aqueles sons quase não tocam mais na minha vitrola, já a tonalidade daquela voz levo comigo por onde for.
Ela me faz lembrar que por mais que eu tenha vestibular sempre vai ter alguém que deixa os óculos cravados numa parede para poder te ajudar.
Ela me faz entender que não precisa aprender a filosofar pra saber conjugar na prática o verbo amar.
Ela me faz entender que ser irmã é mais do que nascer do mesmo ventre, é se olhar, se respeitar, e dizer ainda que sem palavras: estamos juntas mana.
E além de tudo, para me despedaçar de saudade, no exato mês que sai do Brasil ela teve uma filha que hoje está com quase 4 anos e me mandou a seguinte mensagem:
“Tia Cristi eu desmontei a árvore de Natal da vovó sozinha. Oh você me ama, mas eu ti amo muito, vê se você volta rápido, o carnaval já vai chegar, assim ocê vai demorar pra ir no carnaval, então volta rapidinho.”
Como explicar o que eu não quero falar nem pra mim mesma?
Enquanto isso, olhamos pro amar que nos separa e une no oito que se deitou♾
Que lindo Cris, me identifiquei bastante. Sou irmão mais velha entre cinco Cordeiros. Sinto na pele esse oito deitado. Obrigado por me emocionar.
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Identificação sempre nos aproxima. Abraços e boa semana🙋🏽♀️
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Une no oito que se deitou… que lindo!
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😍gracias
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Qdo li o oito deitado pensei em infinito. 😊
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Essa é a ideia 😉
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Que Lindo!
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O amor é infinito😘
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Muito obrigado pela indelicadeza do sumiço.
Adeus.
Dr. Darlan
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