Andava
Com olhos no pés
Ninguém via
Que ela passava
Todos iam
Enxergava
Por outra perspetiva
Além da Terra
E das bocas de tramela
Quando descansava
Sabia muito mais
Mas
Os dias não lhe permitiam
Visão
Em movimento
Não podia pisar
Em qualquer caminho
Cisco dói
Sensibilidade não usa salto
Indiferença sim
Usa até perna e cara de pau
De olhos nos pés
Não havia um rosto
Para lhe (as)segurar
Seguiu acreditando que
A vida
É tudo o que não se vê
Até o dia que
Os cílios
Criaram raízes no chão
E as pupilas brotaram
Para sempre.
- O desenho é da Ana Isabel do blog Delfos, desde quando eu o vi, pensei: quanta poesia! Então, escrevi esse poema e pedi licença para publicá-lo. Se você gosta de desenho livre e criativo conheça consulte o Delfos.
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Flores cantam Poesias:
fotografias e poemas
Adorei Cristileine 🙂 A influência entre a linguagem verbal e pictórica, a forma como se influenciam, é algo que me tem interessado bastante, pelo que fico imensamente feliz com o seu poema. Beijinhos 🙂
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Procuro entender os diversos tipos de linguagens também, apesar de saber que nem tudo está sob nosso alcance…
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Vossa imaginação é transcendental. 👌😂
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😂só você Jr
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😂😂
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Parabéns por seu dia poeta. Dessa semana não passa uma visita por lá, já que está postando pouco por aqui. Abraços.
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Se me permite, para nós., embora me considere um “escrevinhador”.
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Quanto para pensar nesse tal “escrevinhador”…
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“Bocas de tramela”
numa sociedade só pressa
vítima e algoz dela mesma:
a angústia por medalha
Numa olimpíada cujas pistas,
raias, lançamentos
ficam para trás, desaparecem,
mas não os obstáculos
a cada dia mais parecidos
a ferrolho,garrote vil, bocas sem tramela,
penduradas no mundo da janela.
Corre, Maria, a vida é um susto, minuto.
Um abraço.
DARLAN
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Sempre surpreende. Será que um dia vamos entender essa olimpíada? Boa semana Darlan.
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