Vínculos afetivos

Muitos acham que as crianças vivem num mundo encantado e colorido, mas é bom saber que elas não são alienadas aos acontecimentos ao seu redor. Pelo contrário, elas captam os sinais do ambiente e não sabem interpretá-los e nem dar vazão “de um jeito produtivo” aos seus sentimentos.

Segundo as estatísticas*

  • 1 em cada 5 crianças tem problemas de saúde mental;
  • um aumento de 43% no TDAH foi observado;
  • um aumento de 37% na depressão adolescente foi observado;
  • um aumento de 200% na taxa de suicídio foi observado em crianças de 10 a 14 anos.

Se o avanço da tecnologia, as relações de trabalho e sociais são assuntos complexos para um adulto, imagine a vida de uma criança sem referências.

Vira e mexe afirmo aqui nos meus textos que o bem maior que podemos deixar numa criança é cuidar de sua autoestima. Daí nasce a confiança e a resiliência.

Os vínculos afetivos são o que formam o desenvolvimento emocional e psíquico do ser humano desde a gestação. Crianças sem vínculos (ou com vínculos superficiais) são inseguras, carentes ou mimadas; demoram para desenvolverem a maturidade, o senso de responsabilidade, respeito e amor. Sendo assim, são alvos fáceis para os transtornos mentais como depressão, hiperatividade, anorexia, automutilação, etc.

A maioria das crianças, eu fui uma delas, têm a tendência de achar que tudo o que acontece no redor é culpa delas. Assim, se sente incapaz, chata, indesejada, se fecha no seu mundinho. E, o adulto acha que a criança não está entendendo nada…

Cuidado com o que falam na frente de seus filhos. Mostre para eles que são queridos e amados. Quando tiver uma discussão, ataque de raiva, ou coisas desse tipo; aproveite a oportunidade para ensinar para eles como nomear os sentimentos, que isso também passa, que eles não são os responsáveis. Esses são uns poucos conselhos que eu posso dar como mãe.

Sinais de depressão na criança

Desinteresse por brincadeiras, desmotivação, irritação, queda no rendimento escolar, cansaço, ansiedade, dores somatizadas,
sentimento de incapacidade.

Fatores de risco da depressão infantil

Situações de grande estresse; abusos; maus tratos; negligência; luto; doenças crônicas; genética de doenças mentais, ser educadas com críticas e intolerância.**

Veja bem, as crianças já passaram por seres inanimados e hoje estão no foco do papel social. As empresas de propagandas já perceberam isso… Em algumas casas elas têm mais acesso aos filhos do que os próprios pais.

Normalmente, os esforços dos pais são para casa, comida, segurança e estudos. Mas, o mais intrigante é que se está se perdendo o principal o vínculo afetivo.

Não sou daquelas saudosista que fico falando “nossa no passado tudo era diferente”, mas, qualquer um aqui pode ver que nossas crianças pedem apoio. Quero muito acreditar que nosso futuro será mais inteliGENTE.

Fontes:

** livro Depressão: corpo, mente e alma, Wagner Luiz Garcia Teodoro.

*** Sim, esse texto é uma justificativa dos porquês comecei escrever para crianças. Risos.

As pegadas do jabuti – novo ebook


Cristileine Leão

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12 comentários

    1. Hoje lia como a Finlândia conseguiu transformar a educação dos anos 70 para cá. Basicamente investimento nos professores e continuidade nos projetos (não ficar com troca de programa cada mudança de governo). Eles conseguiram revolucionar a qualidade de ensino. A Coreia do Sul também… Cada país tem uma necessidade e meios de chegar lá. Mas, a consistência começa em casa com os pais.

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      1. Por aqui não apenas estão rompendo com o pouco que tínhamos… o governo anterior , por enquanto, sequer sabe o que deseja para a educação no país… nada a propor a não ser ‘cantar o hino’ utilizando logomarca de Campanha eleitoral.

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  1. Oi Cris!
    Paz e bem.
    É isso mesmo, temos que ficar atentos com as crianças. Muitos Adultos não levam a sério as atitudes das crianças. Esse é assunto muito sério.
    Você como sempre há anos luz, tomando a frente de assuntos tão delicados e importantes.
    Massa, adorei!
    Grande beijo.

    Curtido por 1 pessoa

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