Às vezes subestimados o poder sonoro. O tom voz, a forma como o ritmo e a vibração sonora nos afetam como faca ou como fada.
Nessa pequena cidade de cinco mil habitantes é permitido os carros de som para a propaganda comercial. Vende churros, liquida roupas, divulga o show na praça…
Na reunião familiar a disputa é de quem fala mais alto, como se assim fossem melhor ouvidos.
A igreja dita a oração todos os dias às seis da tarde pelos autofalantes.
Casa sim, casa não, ouve-se a preferência musical dos habitantes. Desde sertanejo, até funk e cultos.
Nos lares, nos carros, nos bares, som, som, som nos seus altos tons.
Tudo seria o ritmo da vida, se também fosse respeitado as sensibilidades auditivas. Se houvesse reflexão sobre essa questão:
O que acontece quando o som pertuba?
Quando atrapalha o descanso da sesta, a recuperação física ou mental de uma doença, o sono do recém-nascido, e/ou até mesmo quem aprecia o valor do silêncio…
Sou uma dessas, por isso mesmo me questiono o porquê das pessoas terem tanta dificuldade de ficar sós e quietas. De quererem impôr seus gostos e opiniões ainda que o outro não se compraza em ouvir.
Uso as letras para catarse. Fico irritada quando uma leitura ou reflexão é atrapalhada. Esse é o meu grito.
Aliás, o grito é algo que entra tão estridente em mim, muda as estruturas da minha energia…
Hoje estou aprendendo lidar melhor com isso, tanto com o descompasso quanto com a euforia alheia. Observo que o mundo está cada vez mais visual e barulhento.
Não estou aqui para defender o certo e o errado. Mas, para chamar a atenção para as necessidades alheias.
Há pessoas que precisam fechar os olhos e imaginar, fechar os olhos escutar a voz da intuição…
Fico pensando se o silêncio também agride. Com certeza sim, especialmente o silêncio melancólico. Os tapas ocultos doem mais.
No fundo, o certo e o errado fazem parte da verdade absoluta que não existe.
O que existe é a boa vontade de conviver no consigo e contigo.
Eis a vibrAção que atinge como faca ou como fada.
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O grande problema é a dificuldade que uma maioria crescente tem em pensar nos outros. Como se o que não é igual a eles não tivesse valor ou direitos.
Infelizmente essa forma de estar sente-se em muitos campos da vida.
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Quanto mais valores e direitos negados, mais vazios e inseguros TODOS andamos.
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