Secreto, palavra abstrata do que queremos saber, tocar, conhecer, mas, não podemos. É o confidencial que assusta e atrai.
Na semana passada fiz uns versos sobre o amigo secreto que acabará de participar. Mas, não foi bem assim um amigo secreto, depois descobri que se chamava amigo ladrão. Uma “googlada” descobri que há no mínimo 13 tipos de amigo secreto.
No Brasil, eu só brincava do tipo tradicional, ou seja, aquele que a pessoa escolhe um nome e troca os presentes.
Aqui na Alemanha a primeira vez que participei foi na escola de inglês, cada um levava um presente, não podia dizer o que era, colocava tudo no meio da sala.
Na hora cada um sorteava um número, o primeiro escolhia um presente e o abria, os demais podiam ficar com o presente escolhido ou trocar por outro presente já aberto. Ou seja, o último era o que se dava melhor. Advinha quem foi? Euzinha! Parecia que tinha ganhado na loteria. Olhem meu prêmio:
Adorei!
Nesse ano, a interação também foi de “amigo secreto ladrão”, mas, de forma diferente, usamos um dado gigante feito de tecido, quem tirava o número 6 podia ficar com o presente escolhido ou roubar outro presente já aberto. A jogada ia até todos tirarem o número 6.
Depois foi estabelecido o tempo de meia hora, o jogo continuava da mesma forma, só que se o número 1 saísse após o 6, todos deveriam trocar os presentes com o parceiro da direita. A risadaera certeira porque sempre havia o presente mais desejado e aqueles que ninguém queria ficar com ele.
Adultos e crianças brincavam juntos. Os presentes deveriam ser unissex e no máximo até 10 euros. Nós aqui de casa por exemplo levamos um pacote com livros usados em português para adultos, outro para crianças, um balde grande de algodão doce, um furador de ovos (aqui eles adoram comer ovos cozidos) e um frasco de aço inoxidável daqueles pra levar bebidas no bolso.
Voltamos para casa com um quebra cabeça, uma garrafa d’água, uma meia de lã, um cd e uma agenda de bullet journal.
Garanto pra vocês que o número seis é um alvo distante e secreto quando você mais precisa. Risos. Foram momentos inesquecíveis.
Fora isso, tivemos outras atividades, uma amiga separou tudo o que não mais usava e estava em boas condições na casa dela como livros, brinquedos e papelaria e distribuiu para as crianças. Foi uma mamãe noel inesperada e bem vinda.
Eu fiz um poema para cada criança e recitei para elas. Usei o significado dos nomes delas e procurei ser breve, direta e divertida. Fiquei super nervosa. Os poemas foram escritos atrás daqueles papéis de raspadinha para eles desenharem na frente.
Esse primeiro recital foi um sucesso, uma criança é um ser original em formação: autentica, espontânea, criativa. Um ser onde será transplantado toda nossa cultura, expectativa, medos e desejos…
Como muitas vezes almejamos voltar a ser criança, são pura poesia, mas quanto muitas vezes deixamos de investir o que é mais primordial na infância: carinho, segurança e atenção… Elas ainda vivem todos os dias como no amigo secreto…
Enfim, à partir de hoje publicarei uma dessas poesias por dia no stories do Facebook, se tiverem por lá sigam e acompanhem minha página: Cristileine Leão
Divirtam-se com seus amigos eternos.