Tudo descolorirá
Como os passos
Na passarela
Será que a bailarina
Se descobrirá na ciranda?
Confia bailarina
Dançar em papéis coloridos
Também é bom
Mesmo na transitoriedade/
Procurando bem
A vida é mais que colante
Meia calça e “tutu”
Se o futuro é astro em nuvens
Deixe de adágios
Gira o simples compasso
Se jogue no beijo azul
Do céu e mar
Estalados a cada ser oriundo/
Engessada em palcos
Nas pontas dos pés
Lugar sem colo
Sem remela e sem piolho
Distante da aquarela
Com seus belos círculos e circuitos
Que giram até perder a cor
Para se recriar
Em outras visões
Como será o seu voo?
Aquarela – Toquinho
Ciranda da Bailarina – Adriana Calcanhotto
Nesse fim de semana tive a surpresa da minha filha pré adolescente escolher essas duas músicas para ouvir e ainda dizer: lembro quando você colocava para eu ouvir quando eu era criança. “Quando eu era criança”, essa frase é tão engraçada às mães… Disse surpresa porque agora eles mesmos têm suas opções, geralmente ela e o irmão veem programas em inglês, língua na qual estudam, pensam e se comunicam entre si, desde quando viemos para a Alemanha. Tudo isso é muito conflituoso para mim, então, perceber que algo da minha cultura ficou na cabeça dela me deixou muito feliz.
Assim nasceu esse poema, uma mistura das duas músicas através do meu olhar de pavão. Por que pavão? No Brasil, chama-se de pavão a pessoa que é exibicionista. Como a bailarina que pode tanto ser alguém que vive de aparências, como alguém que suporta a dor calada pela arte. Já no Oriente (tenho pesquisado bastante sobre as diferenças e semelhanças do Oriente e do Ocidente), o pavão é um animal místico, com sua pérola azul entre as penas, representado renovação, imortalidade e renascimento.
Repito:
Entre as penas
Há pérolas.
Cultura e herança… Herança e cultura….
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🙋🏽♀️
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Muito enriquecedor
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Obrigada, amável Alda.
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