Cresci numa família que pouco trocavam palavras de amor, esse sentimento que tanto alimenta nossas almas era demonstrado de outras formas como o cuidado, a proteção e os exemplos de cooperação.
Quando sai da minha cidade de 5 mil habitantes e fui para outra de 50 mil habitantes, meu jeito rústico foi comigo. Para variar fui trabalhar numa rádio onde a comunicação é a alma do negócio. Tanto lá de estagiária, quanto na república de estudantes e na faculdade de jornalismo tive que lidar com diversas linguagens, costumes e cultura.
Mas, a que mais me incomodava era a da diretora da rádio, ela não era uma pessoa lá muito bem quista pelos funcionários, suas falas e posturas eram forçadas e ouvi-la chamando-me de “querida” ou “benzinho” ardia os meus tímpanos…
Sei que de lá para cá essas palavras passaram a não me soar tão bem. Como ser adulto é endurecer fui deixando passar sem saber do valor e da importância de falar o que realmente importa, para quem realmente importa.
Há uns dois anos atrás entrei num programa de emagrecimento online, a nutricionista chamava as alunas de lindeza. E, não é que gostei disso? Risos. Principalmente por achar que realmente eu estava ficando uma lindeza com os resultados do seu método.
Aqui na Alemanha há poucas demonstrações de afetividade, e eles diferenciam bem o du do Sie, o você do Senhor, o colega do amigo.
Eu acho que falar de amor, de gentileza, de afeto, não precisa ser tão forçado quanto na rádio e nem tão reprimido quanto em terras germânicas.
Depois da depressão, mais do que nunca percebi a importância da atitude de falar. Falar sem magoar, falar sem racionalizar ou emotizar ao extremo, falar por se importar…
Com isso tenho exercitado mais e mais chamar as pessoas de queridas, a dizer para elas sua importância, a demonstrar minha gratidão e abertura para amizades.
Aquela rústica ainda está aqui, mas falo pra ela todo o dia como é importante ser e ter um benzinho.
Creio que no rústico há muita autenticidade, quando dito o é de verdade, sem “máscaras”. Minha família não era de demonstrar afeto mas era de uma afetividade maravilhosa, nos gestos, no fazer, no assumir, no abraço…fora da bolha familiar conheci muito desses “queridos” e “queridas” que pediam distância. Trabalhei na Cultura, conheci pessoas generosas, afáveis, humildes apesar de imensas em talento, sensibilidade e fama. E também o outro lado, a vaidade, o sorriso falso, o “querido que bom te ver”… No entanto, expressar o sentimento autêntico faz um bem incrível e escutar também. Meu período de hospital foi brindado por um momento que guardo com todo carinho: depois de fazer determinado exame disse à enfermeira que se o resultado fosse X receberia alta e ela me respondeu: Não, de jeito nenhum o paciente não vai embora, não deixo. Bom, nem preciso dizer que o quarto quase foi interditado de tanto que rimos e era madrugada ainda. Sim, Cris, temos que valorizar e exteriorizar o que sentimos e vem lá de dentro. Um grande abraço, e fica bem.💐☮️
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Cristileine… minha querida amiga (o pronome possessivo está aí pra reforçar kkkkk) você sabe que recentemente perdi um grande amigo e que é nestas horas que refletimos mais ainda sobre tudo isto… “queridos” , “amigos”. Acredito que quando deixamos cair as cascas, as castas, os preconceitos, as verdades absolutas, abrimos um leque maior de possíveis amigos, que serão queridos por nós posteriormente. Sobre a amizade, não há muito o que falar…”amigo é aquele que sentimos o prazer, simplesmente por ele existir… se ele não existisse, nós o inventaríamos”. Ele é “querido” por mim. Você é querida por mim! Por estas e outras vamos “queridar”… que seu fim de semana seja abençoado e feliz! Beijo no coração
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Que calorosa essa enfermeira! Um ponto bom desse momento histórico é que estão olhando melhor para o valor de profissionais como enfermeiros e professores🌻 bom domingo🌻
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Hei Sandro, você por aqui me ensinou muito à soltar o verbo do amor. Quando comecei te chamar de meu amigo isso ressoou muito bem… identificação!
Fica em paz, meu amigo.
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Eitcha… o dia nem raiou e você quer brilhar mais que o sol, Cristileine?! Falta dois minutos para às 6:00 e te digo com todo carinho: obrigado por existir! (mania que este povo tem de me deixar transbordando alegria logo cedinho sô kkkkkkkk). Que seu domingo seja irradiante… beijo no coração!
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Aqui estou 5 horas mais que aí, quando cê acorda estou fazendo almoço 🙋🏽♀️
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Viemos de uma família muito parecida. Até hoje sinto-me inseguro para abraçar qualquer pessoa. Vou sobreviver.(rs, rs)
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São reflexos… mas, quebrar essa barreira faz bem pras duas partes.
Boa semana, Jr.
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Nesta história toda de ‘querida’ e “benzinho”, o que mais me chamou a atenção no seu post, é sua abertura para a mudança de pensamento e atitude… Que bacana, querida Cris!
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Obrigada, amigo Estevam 😉🙋🏽♀️
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🌹
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