A depressão e a raiva

Árvore morta caída no lago

 

A depressão é raiva contida

Ela pode ser sua maior inimiga

Mas também pode ser seu maior

incentivo à criação

 

Criação de si mesmo

Sem mesmice

Deixando o passado de lado

Saboreando somente

O que não foi amargo

Tirando os véus das ilusões

Descobrindo a beleza de ser nu

 

A depressão é uma corrente

Que lhe arranca o contente

Cuja a chave é o ser ciente

Escondida, pronta e protegida

No corAção

Basta acionar a

Alavanca

Avança

À vida, ao perdão e a reconexão

 

A depressão é raiva contida

Entretanto, observe,

Não há vítima, nem algoz

O que há nas suas mãos é um poder de libertação feroz

Que assusta, instiga e nos debruça

Descobrir o melhor e o pior de si

Que nos sugere que o doar é bálsamo

E que a dor não é um berço

Que nos diz para ser leve

Ninguém te deve

Ninguém é deveDor

Quando se trata de experiências

 

A cura da depressão chama

AutoAmor

Vem, vem, vem

Estou aqui aberta

Universo

Infinitamente.


Esse vídeo  abaixo diz um pouco do conteúdo que procurei transmitir nesse poema. Demorei muito tempo para aceitar e admitir a raiva que mora em mim, sempre usando o papel de diplomata e perfeccionista. A vida dá seus tapas!  Ainda tenho que lidar com a raiva, ela é uma emoção e eu estou viva, mas, hoje eu sei olhar pra ela de frente, antes era só ela que olhava para mim… Quando ela chega me pedindo coragem, já digo pra ela okay mas não me invade. Às vezes dá certo. E você, quer me contar um pouquinho de sua sombra?

5 comentários

  1. Lembro que passei por momentos em que estive a um passo da depressão. Em 2014, meu pai partiu. Em 16, meu irmão. Entrei em uma tristeza imensa que me fez sentir o que jamais havia sentido antes. Não senti raiva. Apenas algo que não me deixava fazer nada e nem queria fazer. Um dia, fins de janeiro de 18, fui a Igreja do Rosário, no centro de Porto Alegre. Lá estava o barco com NS dos Navegantes, que dias depois sairiam em procissão no seu dia (02/02). Senti uma paz que até então jamais havia sentido. Fiquei ainda em silêncio muito tempo até que um dia levantei e disse para mim mesmo: eu não sou assim. E retornei à rotina. Logo depois recebi o diagnóstico do câncer, mas minha mente já estava em outra rotação. Em conversa com a psicóloga de acompanhamento oncológico ela disse que passei por depressão. Bom, para mim, tristeza profunda. O que importa é que superei, não senti raiva, não sentia nada além de muita tristeza. E hoje, tenho essa batalha diária e continuo com a mente forte e firme. Importante teu texto, Cris. Seguimos porque a vida precisa de nós. Um grande abraço carinhoso.☮️☕️💐

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  2. Há muitos climas em todos, sejamos de todos os ângulos sociais, morais, etc. Variam muito ou pouco se dão a esse caminho tortuoso os climas, certos climas. As saxifragáceas são plantas que preferem as pedras para serem as plantas que são, com suas defesas e ataques, e vem daí que se diz que um caminho é saxífrago, ou seja, cheio de pedras, difícil, há-se que estar triplamente atento/a a tudo: dos beirais da casa às riscas no asfalto; dos novos troianos aos novos gregos; do gosto e do odor inebriante da tangerina, ao livro à espera sobre a cama ou sobre a mesa. A Vida precisa de nós, com ou sem pés, com ou sem olhos, ela é a súdita de gente assim que, como Você, abre portas e destrava muralhas chinesas, ou que caminha mentalmente tanto quanto, se não mais, do que caminhou a famosa Coluna Prestes, a qual, com centenas de abnegados, caminhou mais de dez mil quilômetros no interior do Brasil. Tudo por uma vontade férrea de mudarem a si e, porventura, a outros.

    Aquele abraço. Suas visitas são luz.
    Darlan

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    1. Caro amigo Darlan, para lê-lo nas palavras, metáforas e entrelinhas, preciso entender de história, humanidade e por vezes ter um dicionário do lado. Risos. O que é bom para ampliar o vocabulário e outros conhecimentos que palavras não explicam… Do mais, hoje meu abraço todo especial vai para dona Maria 💐💐💐 como você diz: mãe é mãe.

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      1. Obrigado.
        Depois, vou enviar para você um pequenino vídeo com ela dançando e cantando com o Gabriel, futuro de uma das netas, que aqui estiveram, hoje, numa festa pequena, mas memorável, com todo mundo dos EUA também falando e vendo a “Bisa”. Toquei violão, para acompanhá-la. Fazia tempo que eu não ria tanto.
        Essa madrugada, de repente, veio o texto que escrevi na hora, um poema de Mães, não só ela. Tá lá… hehe. Eu digo que sou mais velho do que a minha mãe e do que a tua, e a da outra, e a do outro…

        Aquele abraço.
        Darlan

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