
No quebra-cabeças da vida você escolhe ser facilitador ou barreira?
Imagine olhar para alguém e ver apenas partes do rosto, talvez a orelha, o nariz, ou a boca.
Imagine tentar se comunicar e não conseguir se expressar. Gritar para dizer da dor e alguém te dopar.
Imagine ter obsessão por um único assunto e esse seu hiper foco não ser utilizado ou aceito.
Imagine ter dificuldades para estabelecer contatos, tomar ações, decisões e manter as interações sociais.
Estou descrevendo o dia a dia dos autistas. O número de pessoas com autismo têm crescido cada vez mais, você certamente tem alguém na família, um vizinho, um amigo, um conhecido com o espectro autista.
Por que, ou melhor, para que? O que o autismo tem a nos dizer?
Uns diriam que é uma patologia, outros apontam para as mudanças alimentares, há os defensores de que os diagnósticos estão mais precisos, os pais mais atentos e a medicina avançada.
Justificativas à parte, o que de fato devemos refletir é sobre o que a humanidade tem para aprender com o autismo.
Como disse a professora Nora Cavaco, uma especialista no assunto de Algarve/Portugal :
“A verdadeira sabedoria é aquela que sabe olhar através do visível “
Ou seja, sem julgamentos, rótulos, reduzionismos e enquadramentos. É entender que o tempo do outro não é o seu tempo, seja para a aprendizagem, o convívio, as experiências, a consciência. O tempo do outro é do outro, no qual compartilhamos e podemos ser facilitadores ou barreiras.
“O objetivo é do adulto, a meta é que a criança o atinja. Entre o objetivo e a meta estão as atividades. Que difuculdade? Que competências? Como desenvolver as habilidades dessa criança?”
Assim falou a professora sobre a relação adulto/criança/autismo, mas poderia ser para qualquer assunto da nossa vida. As habilidades são aprendidas. Tudo está no nosso objetivo.
A busca da essência é o essencial!
Maneiras de lidar com o autismo
• Quanto mais precoce a descoberta e tratamento do autismo, menores serão os danos de comunicação
• Sempre falar e ouvir um autista, ainda que ache que não há interação
• O espaço deles precisa estar organizando para se sentirem seguros
• Ser direto e objetivo na comunicação
• O silêncio, o olhar e a energia também se comunicam
• A base do comportamento são as emoções, então, procure se informar de formas de mod
erá-las.
• Métodos de atenção plena, meditações, hiponoses, jogos de luzes, som, cores e imagens são "sim" possíveis e funcionais para os autistas (o Instituto Nora Cavaco é referência nisso)
• A terapia alimentar ajuda e muito no tratamento porque desinflama o corpo, sobretudo a redução de glúten e lactose
• Os medicamentos a base de canabiol (derivado da maconha) podem colaborar no controle do comportamento, mas não na causa, podem acalmar, mas não promover a alegria genuína (anandamina)
• O autista severo não verbaliza, isso não significa que ele não pensa, e nem que seus sentimentos são inferiores
• Quem tem algum tipo de déficit intelectual adora o contato físico, o autista não
• Tudo para eles é fotográfico, suas perceções são diferentes
• O autismo é considerado
espectro porque há diversos graus de gravidade (leve, moderado, severo).
Observação: esse texto foi escrito com base na aula de pós graduação em Psicologia Transpessoal da Alubrat.
Tenho alunos autistas na escola pública… Desafio para o qual a escola não está preparada… Aliás, a escola não está preparada para lidar com a diversidade… E a escola somos todos que nela trabalhamos com nossas diversidades, mas, também é aquela que as autoridades sequer conhecem…
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Há tanto para se descobrir e trabalhar nesse mundo ainda, sobretudo sobre as diferenças… Ontem revi um filme e lembrei de seu papel de educador: Escritores da Liberdade.
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Acho que já o vi, mas, vou revê-lo… Nestes tempos de ensino remoto e/ou híbrido, os desafios são ainda maiores.
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