Criança na praia

Hoje levei minha criança interior para caminhar na praia, ela se encantou com o brilho da areia e ficou coletando conchinhas.

Eu sei o que ela estava procurando, desde pequena foi assim, mas fiquei só observando.

Ela viu umas casinhas feitas de troncos de árvores na beira mar, sentou numa delas e ficou escutando o som das ondas. Fiquei admirada porque dessa vez ela não pegou um pauzinho para desenhar na areia como era de costume.

Em compensação achou um pedaço de tronco oco e ficou brincando de luneta. Certamente ele virará peça de de.coração.

Depois de tanto abaixa e levanta para pegar conchas, tive que lembrá-la que amanhã ela ficará com dor no corpo, afinal não tem mais oito.

No pôr do sol ela ficou quietinha, quietinha, só contemplando as cores mudando de nuances no infinito.

Por fim ela me encheu de perguntas:

Como o sol não cai na água?

Como a água não transborda
da superfície da Terra?

Como as ondas do mar sabem até onde podem chegar?

Como a areia do fundo do mar suporta um oceano? E a da borda suga toda a água?

Para que o frio da água do mar espanta os banhistas no inverno?

Fiquei sem respostas, mas lhe garanti que as perguntas são melhores que as respostas.

Por fim voltamos para casa, ela não encontrou a concha com pérolas que tanto procura, mas eu estou completamente feliz porque percebi que essa criança que sou não deixou de sonhar.

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