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Agora vou abraçar os livros, eles que restaram para eu abraçar. - Brevemente estaremos no lugar deles. - Kkkk, verdade, viraremos folhas passadas.
Esse é o resumo de um bate-papo que tive com o meu irmão, na ocasião eu dizia que estou estudando tanto que parece que sou só cabeça.
Como muitos aqui sabem tenho dificuldades no aprendizado de idiomas e o destino me colocou num lugar que tenho que aprender dois ao mesmo tempo. Alemão porque moro na Alemanha, inglês porque os filhos estudam nessa língua e ali que sentem confortáveis, pois, foi nela que ficaram expostos na infância.

Sim, a nossa realidade é feita do que somos expostos e do que aceitamos trazer para dentro. Como diria minha antiga psicóloga: você chega lá, pode chegar voando, ou, engatinhando, o importante é que chegue. Então, não paro. Sigo firme, às vezes forte. Já o terapeuta hoje me falou você está tirando leite de pedras, o importante é saber que pedras alimentam. Nossa como adoro metáforas!
Descobri que o aprendizado de idiomas não é só o que você estuda na classe e nem as lições de casa, ou melhor, não é só o empenho. É também uma questão de exposição em situações da vida real, como em supermercados, médicos, etc. De personalidade, se é extrovertido ou introvertido, o quanto se sente bem com isso. Das habilidades cognitivas para esse assunto, se tem facilidade na aprendizagem de novos códigos, sons e ritmos. Do background, o quanto foi exposto nessa nova cultura quando era mais jovem, através de livros, museus, cinema, viagens, amigos estrangeiros. E, claro aquela pitada de interesse pessoal e necessidade. Tudo isso compõe a aprendizagem.
Então, tenho que ter mais paciência comigo, mesmo porque essa não é a única frente que atuo. Como brinquei com uma amiga, para mim é mais fácil entender os códigos do universo, como os escrito nas flores por exemplo, do que a língua alemã. Agora, depois de sete anos inserida aqui é que essa melodia começa a fazer sentido para mim. Vai entender o que a vida tenta nos dizer, né?
Voltando ao papo com o meu irmão, ‘brevemente seremos livros’, folhas passadas de mãos em mãos, voltaremos para a terra, que dá árvore, que dá papel, que dá história e assim vai.
Que história você quer contar?
Eu já me imaginei num livro de poesias. Virarei poemas, vão continuar dizendo que não sirvo para nada, mas, em mim foi plantado o valor da beleza que dará sementes para continuar os versos, os versículos e as canções.

🎶🎶 hei de espalhar meu canto e rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento / E assim quando mais tarde me procure, quem sabe, a morte/ A angústia de quem vive, e a solidão no fim de quem ama / Eu possa me dizer do amor que tive / Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure. 🎶🎶🎶
Marcus Vinícius da Cruz de Mello Moraes viveu em paz com todos, inclusive, e por estranho que parecer possa aos incrédulos ou incautos, com as suas ex companheiras, muitas, senão todas, presentes no seu velório e/ou enterro. Faleceu em casa, na banheira.
Quanto a esta sua postagem, a mim me tocou bastante pela elegância da mensagem (em nada estranho para mim), incita a todos, ainda que sem forçar, a serem positivos, que a vida – e o Marcus em questão sabia disso – é sempre um grande e incessante pedido de socorro.
Eis aqui um, então, uma postagem de grande ternura, de gabarito sem precisar de nota.
Darlan M Cunha
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Lindo post, Cristileine.
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Vinicius virou canção e filme…Já assististes o documentário sobre ele na Netflix.
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