Retratos

Poço de vaidades
Na mídia
Nas vitrines
Nos interesses escusos
Tudo tão escuro
Em quem só vê
Suprimentos

A vida é mais
Do que está atrás
Dos rótulos
Dos títulos
Dos rostos
Que maquinam
e maquiam
Felicidades

Vai que vai
Chega a idade
E a paz?
Veja a foto
Do que faz
Com o outro
Que faz parte de ti

Hoje
Ontem
Amanhã
Inteireza
É a beleza
Da alma

O retrato dos olhos
Ilhados
Atrás da porta
Relatos
Distratos
Extratos
Estranhos
No lar

Vê lá
E liberte-se
Dos muitos ‘mas’
Mas se?
Mas e?
Mas?

Más.


Coincidência ou sincronicidade, enquanto eu preparava a produção dessa poesia (fotos, imagens, som, etc.), deitada na rede da varanda, de olho num belo céu azul, minha filha sentou na poltrona e falou: posso te contar a apresentação que fiz na escola. Claro, respondi. Era sobre o livro “O Retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde, um clássico da literatura de 1890. Conta a história de um homem preso na própria imagem, aborda sobre temas como envelhecimento, perfeição, vida dupla, imortalidade. Esse livro chocou a sociedade da época que era ainda mais puritana e rígida. Século vai, século vem e a vaidade como tema atual. Até onde vai a raiz do mal?

6 comentários

  1. Nos retratos, as pessoas carregam a história marcada em seus rostos e corpos. O que dizem os rostos e corpos? Em quê você está interessado? O olhar pode dizer muitas coisas sobre uma pessoa, mas a pergunta sempre ficará no ar: O que isso significa para mim? Fico satisfeito em contemplar a beleza de um rosto sublime a partir de uma boa foto, como a sua. Bom fim de semana Cris.

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