

A vida na Alemanha é uma constante adaptação, os desafios são rotineiros e nos colocam face a face com nossos sonhos, desejos e limitações. Resiliência e autoconhecimento são habilidades automaticamente desenvolvidas quando você se propõe a ser estrangeiro.
Frankfurt é uma cidade multicultural e dinâmica que abriga o Banco Central Europeu, a Universidade Goethe, a Feira do Livro, o Salão do Automóvel, entre outros atrativos que a tornam internacional. Assim, basta dar uma volta de trem para ouvir várias linguagens.

O idioma é o que me trouxe mais contratempos, uma que no começo tendemos a nos fechar numa bolha de falantes da língua portuguesa. Outra que quando vamos falar com os nativos e percebem que não somos fluentes eles respondem em inglês. Os alemães falam bem o inglês, especialmente nos grandes centros urbanos, mas, em outras regiões o dialeto é preservado com afinco como na Baviera.
Os países europeus são relativamente pequenos, logo a região fronteiriça é grande, assim há a necessidade de ser multilingual. A comunicação nos traz senso de pertencimento e abre portas. Conhecer uma língua é muito mais do que falar, escrever, ler e ouvir. É compreender e se inserir na cultura.


Portanto, a grande dica é sair para se socializar em alemão desde o primeiro dia que você pôr os pés aqui, comece pelos clubes, eventos, instituições, grupos online, assim por diante.
Bom, não espere por carisma e abertura nos primeiros contatos, mas, conseguindo ultrapassar essa barreira eles são autênticos, coerentes e confiáveis.
São do tipo que preferem ter 5 amigos de verdade do que 50 de fachada. São diretos e objetivos, não espere por rodeios.
No começo isso causa estranheza, depois você percebe que é um outro jeito de olhar para as circunstâncias.

O clima e o relógio biológico
Os dias frios nos fazem ficar mais em casa, o que dá uma certa nostalgia e melancolia. Mesmo porque no inverno, além da falta de sol, os dias começam a escurecer às 16h.
Nos primeiros anos isso foi chocante, hoje já aprendi a lidar acendendo velas aromáticas pela casa, colorindo o ambiente com vasos de flores, ouvindo um bom som, lendo e escrevendo. Também adquiri o hábito local de tomar vitamina D no inverno para evitar a depressão sazonal.
Imagino que essa interiorização fez com que aqui se desenvolvessem os grandes filósofos e cientistas europeus.

Passei pouco frio aqui, os locais, até mesmo os ônibus, têm aquecimento, o problema foi mesmo os dias escuros. Há um ditado popular que diz: não há clima ruim, há roupa que não é adequada.
Chegado o verão, os dias são ensolarados e quentes vão até umas 22h, daí os parques públicos são repletos de festivais, piqueniques e esportistas.
O sorvete é o queridinho em qualquer estação, até fazem um em formato de macarrão spaguetti.
Lembrete: antes que seu relógio biológico toque o alarme e seu humor derreta de frio ou de calor, cuide da saúde do corpo e da mente.
Da uva ao vinho
Deleite-se com frutas,especialmente as vermelhas: uvas, ameixas, amoras, framboesas, morangos. Em alguns lugares você pode escolher e colher direto no pé e deixar o dinheiro numa caixinha posta no local. Trabalham na base da confiança!
Há muitas macieiras, inclusive Frankfurt é reconhecida pelo vinho de maçã “Apfelwein”, confesso que não é o meu favorito.
Também pudera, na região há o Vale do Rio Reno há lugares belíssimos de plantações e vinícolas que valem a pena mesmo se não for enófilo, como por exemplo a cidade de Rüdesheim am Rhein.
Logo, é um clichê achar que a Alemanha é apenas o país da cerveja.

Vida prática na Alemanha
Com relação a moradia vou dar alguns toques para quem vai para as metrópoles, geralmente os apartamentos são pequenos ou geminados. As casas maiores com jardins ficam em cidades do interior.
A opção é optar por um local com balcão e com boa incidência de sol. Se escolher casa, saiba que terá que limpar a neve da calçada logo de manhã, se alguém escorregar lá terá que arcar com as despesas hospitalares.
Por falar nisso, é bom pesquisar sobre o tema seguros na Alemanha, têm para todos os gostos e bolsos e são essenciais.
Em alguns prédios a lavanderia fica no subsolo e é coletiva, em outros se instala a lavadora na cozinha ou no banheiro.
Os interruptores de luz ficam do lado de fora dos cômodos, minhas mãos demoraram para entender isso. Já com jogar os papéis higiênicos diretamente no vaso sanitário (a rede de esgoto é preparada para esse propósito) achei uma maravilha e acostumei facinho.
Falando em descartes, reciclar o lixo por material é assunto um assunto primordial por aqui. Há lixeiras com cores definidas para cada tipo de material: orgânico, plástico, papel, vidro, eletrônico, tóxico, resto.


A Alemanha é a campeã da burocracia, portanto, guardem com carinho seus certificados, títulos, diplomas e recomendações, certamente serão úteis.
Outro detalhe, tenha em mente que você é obrigado a se registrar no escritório de governo da cidade toda vez que mudar de endereço, e que precisa de autorização para trabalhar ou estudar aqui.
Além disso, é necessário pagar impostos se você frequenta igreja, tenha cachorro ou televisão. O seu sobrenome na caixa de correios é obrigatório, se quiser que as correspondências sejam entregues.
Nos transportes públicos pode-se entrar e sair a hora que quiser, são sem catracas, mas é obrigatório ter o ticket para apresentar quando a fiscalização passar, se não a multa é alta.

Na saúde, sem um médico de família você não consegue praticamente nada, uma vez que nos hospitais e clínicas especializadas atendem majoritariamente com indicação deste. Muitos exames ambulatoriais são feitos diretamente no consultório do seu Hausarzt -médico de família.
Há uma distinção bem clara das Apotheke – farmácias que vendem remédios prescritos e alopaticos, e, das Drogarie – locais para compra de produtos fitoterápicos, de higiene e beleza.
Enfim, há muitos hábitos que diferem dos nossos, alguns mencionei, outros são aprendidos intuitivamente na prática.
O mais importante é conhecer e aceitar a nova experiência para tudo fluir mais leve.

Fico olhando para a arquitetura de Frankfurt e me encanto, os prédios antigos se misturam com os modernos. Há conexões de transporte para todos os lados. Os trilhos têm muito a nos dizer sobre os caminhos…
Frankfurt foi destruída na maior parte na Segunda Guerra Mundial, hoje com pouco mais de 70 anos do ocorrido, está toda estruturada, abrigando e convidando novos moradores.
De frente com Frankfurt digo: você é um misto de um sonho que eu jamais sonhei, e, de uma realidade que me transforma dia a dia.
O resultado… só o tempo dirá.
Para quem quiser saber mais sobre a vida na Alemanha vou deixar uma dica abaixo do Instituto Goethe. Está em alemão, mas pode ser facilmente traduzido pelo tradutor automático do celular ou computador.
Igual na Bélgica. Até a burocracia. rsrsrs
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Deve ser um tratado entre os países rsrs
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Deve ser ainda da Schengen Area. rsrsrs
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Na fila de votação lembrei em você. Aqui a votação é feita por correios, vem uma carta, você assinala e devolve. E, não é obrigatória. Daí lembrei de como seria aí, e lá 🇧🇷
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Aprendendo em demasia com você e Silvana. Quem sabe minha filha e meu filho, resolvam mudar de país.
Por enquanto, ajude-nos aqui no Brasil. É só digitar 13.
Paz e Bem!
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Na Bélgica é obrigatório o voto, mas ainda não tenho direito de voto. Em Portugal, para quem vive no estrangeiro é por carta, e colocamos no envelope pré-pago uma cópia do cartão de identidade.
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Assim mesmo era a Antje, minha falecida companhia: “Não espere por rodeios. Eles são diretos e objetivos.” Eis uma excelente visão do lugar onde se está, o tipo de solo social ao qual o imigrante deve estar atento, o psiquismo, o modus vivendi dos donos da casa.
Aquele abraço.
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