
Ontem escrevi e mexi com a terra, foi dia de replante. Algumas plantas já não conseguiam mais viver num ambiente restrito, as raízes pediam espaço e mais terra para “arejar”.
No meu quintal haviam dois sacos de terras, que pareciam usadas, deixados no pé da mangueira por algum inquilino. Fui lá olhar, os sacos já apodreciam, mas, a terra estava intacta, apesar de compacta.
Nada que umas boas remexidas não lhe dessem vida útil. Nessa terra encontrei cacos de vasos, tocos de madeiras, plásticos e até alguns matos que procuraram se nutrir dentro do saco fechado. Fiz a limpeza, afofei a terra, coloquei-a no vaso, replantei um lírio da paz nele, e outras plantas diretamente no quintal.
Com muito esforço, pois, o vaso estava pesado, levei o replante pronto para a sala de jantar. Agora toda vez que passo por ali, e são muitas, lembro daquela presença viva crescendo, a qual daqui uns dias despertará em flores.
Mas, voltando para o tema terra, ela está aqui, ali e acolá sempre disponível para transformar tudo e todos que se entregam à ela.
O solo nos mostra que ser solo é um exercício paciente da natureza, feito também com o auxílio de diversos fatores externos como: chuvas, ventos, temperaturas, fungos, bactérias, minhocas, cupins, formigas e as ações dos homens.
Um dia antes do replante, eu tinha lido a poesia de Kabir, Esse Vaso de Barro, que deixo abaixo para vocês.
Daí lembrei: se hoje somos vasos e amanhã seremos terra, não há nada nesse mundo que nos impeça de frutificar, é necessário tirar o saco podre e remexer na terra.
Se hoje somos terra e amanhã seremos vasos é a prova incrível de nossa integração no Universo, onde vaso, flor e pessoas são Um, na beleza do Todo que jorra poesia no invisível e no visível da Terra.

Dentro deste jarro de barro
existem desfiladeiros e montanhas de pinheiros,
e o criador dos cânions e montanhas de pinheiros!
Todos os sete oceanos estão dentro, e centenas de milhões de estrelas.
O ácido que testa o ouro está aqui, e aquele que julga jóias.
E a música que vem das cordas que ninguém toca, e a fonte de toda a água.
Se você quer a verdade, eu lhe direi a verdade:
Amigo, ouça: o Deus que amo está dentro.
Kabir (poema adaptado)

Pode crer, querida Amiga Cris,
tenho aqui em casa um bambuzinho que já tem uns quarenta anos que está com a família Cunha, ou seja, chegou primeiro do que a maioria das netas casadas, bisnetas, etc. Verdinho da silva. De vez em quando eu “fofo” a terra. Há cerca de mil tipos de bambus no mundo, e quem entende disso são os chineses que com eles fazem casas, cercas, represas, flautas, etc. Bambus vivem perto de água, e alguns deles, grossos de dois palmos, podem crescer até 15 centímetros por dia.
Mais uma vez, um ano bem bacana para Você. Grato, sempre, pelas, visitas.
DARLAN
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Te digo que meu pai entende também! Nesse Natal passado foi na mata, cortou uns pares de brotos de bambu, trouxe para casa e ficou quase o dia todo preparando a iguaria. Tudo porque sabe que eu não como carne, chegou no churrasco na casa da minha irmã com aquele prato apetitoso. Ressalto que é um dos sabores que eu mais aprecio. O que dizer?
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E que a Paz, dos Lírios da Paz e das nossas almas, seja alimento para a alma do mundo!
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Amém! Amém!
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E da paz…
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Um belo post 🪴 regado de sabedoria e boa escrita. 💚
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Bom saber😉
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