No buraco da árvore moram passarinhos, caem pequenas folhas levadas pelo ar, é aberto ao vento, mesmo sendo escuro e apertado. Será que está seco ou cheio de musgo?
O buraco presencia cada amanhecer e anoitecer, escuta o segredo dos passantes, ele é concomitantemente olho e ouvido de árvore.
Imagino que ele seja tão singular como nossas digitais, como nós. Este pequeno faz eco na imaginação dos que o vê. Tão grande me sinto após admirar você!
Ele sente a seiva, olha a relva, escuta o vento; quanto burburinho nos caminhos. Por anos observa esse vai e vêem de pessoas, animais, plantas, estações… ali está altivo e anônimo compondo a paisagem: o singelo buraco da árvore.
Quem mora aí? Ninho de passarinho, esconderijo de insetos, caminho de formiga…Tem bicho peçonhento? Aiaiai.
Daqui debaixo percebo que para acessar ali tem que se fazer pequeno, ter asas ou habilidade para escalar.
Fiquei deitado escutando o reveladar do buraco da árvore, tudo o que ele me disse foi exatamente “nada”, pois, só sabe olhar e escutar.
Obrigada querido amigo, todo o silêncio que eu precisava viver, em ti está.
Quantos buracos da árvore vivem em nossas mobílias? Melhor nem saber, pensar muito é enlouquecer.
Já que aqui estou, embaixo de ti buraco da árvore, melhor contemplar os pássaros que aí conseguem pousar. Melhor entender os sinais do habitat.
Nenhum passarinho me permitiu se quer um clique em ti, tudo bem, compreendi a lição vinda do alto: ver e escutar.
A melhor imagem desse dia foi impressa em mim. Natureza tu estendes minha vida em cada buraco da árvore.
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