Sabor que muda.

Às vezes te procuro tão longe

Quando está aqui ao alcance das mãos/

Te pego de cabo e começo a cozinhar

Como antigamente

Imaginando o sabor/

Evapora sonhos

Desejos tomam forma/

Aí, então,

Sempre aparece um ou outro para meter a colher

Aonde…

Até mesmo quando decido

“Hoje quero a de barro, ou,

Um tacho para o fogão à lenha”

Cansada do sabor da indução/

Todos falam dos temperos

E também dão previsões

Já experimentou isso?

Já comprou aquilo?

Mas depois que foi usada

Se cala a batucada

Se reduz a combustão/

Como sempre

Lá na pia é deixada

A mais quente

A recente peça de cocção

Entre as pilhas de fotografias

Das realizadas

Viagem/

A viagem é como uma panela,

Muda o sabor da comida.

Chama quente que se apaga

No prato das ilusões.

A viagem é como uma panela

E a comida quem é?

Às vezes te procuro tão longe

Quando…

〰️〰️〰️〰️〰️〰️〰️〰️〰️〰️〰️〰️〰️〰️

A figura da linguagem usada foi a símile, ou, comparação. Uma analogia que aproxima realidades diferentes.

Este trabalho está licenciado uma Licença

Creative Commons

Atribuição 4.0 Internacional

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2 comentários

  1. E em um comentar por fora, sem interferir nesse ensopado, digo brincando que verdade mesmo sobre essa tal modernidade de indução eu prefiro a lenha que mesmo com a fumaça fazendo a comida se apruma o sabor se perfuma e a fome comprova, cozinhar ainda é alquimia e na mistura de temperos e tempo de cocção a ancestre forma de lenha coze o sabor da refeição.😃

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