Às vezes te procuro tão longe
Quando está aqui ao alcance das mãos/
Te pego de cabo e começo a cozinhar
Como antigamente
Imaginando o sabor/
Evapora sonhos
Desejos tomam forma/
Aí, então,
Sempre aparece um ou outro para meter a colher
Aonde…
Até mesmo quando decido
“Hoje quero a de barro, ou,
Um tacho para o fogão à lenha”
Cansada do sabor da indução/
Todos falam dos temperos
E também dão previsões
Já experimentou isso?
Já comprou aquilo?
Mas depois que foi usada
Se cala a batucada
Se reduz a combustão/
Como sempre
Lá na pia é deixada
A mais quente
A recente peça de cocção
Entre as pilhas de fotografias
Das realizadas
Viagem/
A viagem é como uma panela,
Muda o sabor da comida.
Chama quente que se apaga
No prato das ilusões.
A viagem é como uma panela
E a comida quem é?
Às vezes te procuro tão longe
Quando…
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A figura da linguagem usada foi a símile, ou, comparação. Uma analogia que aproxima realidades diferentes.
E em um comentar por fora, sem interferir nesse ensopado, digo brincando que verdade mesmo sobre essa tal modernidade de indução eu prefiro a lenha que mesmo com a fumaça fazendo a comida se apruma o sabor se perfuma e a fome comprova, cozinhar ainda é alquimia e na mistura de temperos e tempo de cocção a ancestre forma de lenha coze o sabor da refeição.😃
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Deu água na boca essa descrição.
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