Eu sou a sombra da costela de Adão
Que tomou luz própria
Levantou e começou andar
Ele se encantou porque não sabia rebolar
Sem saber que esse dom é para todos
Os que sabem se entregar
Na roda gingada da vida
De sombra e luz são feitos os dias
Deitada vejo o céu
Crio asas
Em pé piso no chão
Espalho raízes e sementes
O dia que me despi para Adão
Estava despindo a mim mesma
Tudo o que é nu se anula
Para recomeçar
Assim são o crepúsculo e a aurora
Mudando as nuances
Alterando as estações
Quanta alteridade!
Para ter as condições de vida na Terra
O dia que me despedi de Adão foi no paraíso…
Deixo esse belo poema Banhos de Mar, de Clarice Lispector, na voz de Maria Bethânia.
Uma jóia rara que recebi de um ser angelical por whatsapp hoje de manhã.
Esse poema foi publicado no Jornal do Brasil em 1969, o pequeno trecho abaixo tem haver com No Paraíso.
Nunca um corpo desabrochou como o meu
quando eu saia da cabina e sabia o que me esperava…
Clarice Lispector
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Também fica a dica para conhecerem mais sobre a vida de Clarice Lispector, o blogue O Miau do Leão têm uma série especial dessa autora.
Foi tema do meu primeiro post sobre as crônicas de Clarice Lispector.
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Essa série que tem feito está muito legal!
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Querida Cris, me encanta a facilidade que voce tem com as palavras, escrever sentimentos e emocoes de uma maneira poetica, leve, transparente, realmente é como voce já escreveu aqui, é tricotar palavras que o coracao reverbera. Parabéns! Adorei tbm ver as cronicas da Clarice Lispector.
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Obrigada por ter compartilhado. Quanto a escrita, quando se faz o que gosta “reverbera”. Abraços.
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Adão= todo homem / Eva= toda mulher /ambos igual a terra e toda vida que nela se encerra…
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Yin e Yang… sol e lua… fogão e geladeira…
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🌹🦋🌹
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