
Hoje conheci uma abadia alemã, o Kloster Engelthal (tradução mosteiro angélico). Um lugar histórico, desde 1268, cercado de verde e silêncio que preserva a sabedoria benedetina até os dias contemporâneos.
Cheguei nesse mosteiro feminino na hora do canto do meio dia, apesar de entender bem pouco das palavras entoadas: a melodia, o ritmo e principalmente a intenção dessa reunião quebraram minhas barreiras da fala e da fé.
Foi um momento de entrega e observação, fiquei olhando aquelas irmãs com seus hábitos, algumas da minha idade, outras já de bengalas, e imaginando a história de vida delas.
Para falar a verdade eu nem sabia qual a diferença entre freiras, madres e irmãs. Pesquisando descobri o que intuitivamente pensei: para todas podemos chamá-las de “irmãs“. O que no sentido religioso significa a mulher que se consagra a Deus, fazendo votos de castidade, pobreza e obediência. Dedicando sua existência as orações e aos serviços comunitários.
Aquilo tudo mexeu com o meu feminino, fiquei me questionando se eu teria essa capacidade, e no que seria do mundo se não tivesse pessoas assim que velam para além do palpável e do pagável.
Enquanto buscamos o mérito numa profissão, dentro de um casamento, na maternidade, na sexualidade, nas amizades, nas redes sociais, etc. Há gente que senta, ora, ajoelha, chora, canta, implora, contempla e agradece pelo simples fato de existir e poder ajudar o outro.
Essas pessoas são como as flores, podemos até não lhes dar o devido valores, mas nem por isso elas deixam de perfumar e embelezar os nossos hábitos.
Também já me questionei, e acho que a resposta está no que vc escreveu:: Há gente que…agradece pelo simples fato de existir…
Estudei num colégio católico e eu chamava as freiras de irmãs.
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Gratidão é o caminho!
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Fico deveras feliz que esteja vivendo estas experiências. Elas combinam com você, permita-me dizer, ou melhor, escrever.
Durante os 10 anos que vivi na Vida Religiosa Franciscana, experienciei, vários momentos de retiro, a maioria intercalados com duração de 3 a 6 dias. Sempre eram momentos de muita quietude externa e inquietação interna. No entanto, o ano que passei na clausura em 1998 9ano de noviciado), confesso, que não foi nada fácil. A vida no convento era de muita oração, trabalho e estudo com meditações e leituras… Descobri com pouco mais de um mês que monge eu não daria conta de ser… Mas, o desejo de me tornar frade foi maior e me levou aos 365 dias do noviciado.
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Aqueles “mantras” cantados pelas irmãs me levaram a atemporalidade, sabe um momento de desligamento? Foi muito bom! Imagino que quem pratica o silêncio (inclusive dos pensamentos) acessa esse espaço com mais frequência. Mas, como você bem pontuou, é necessário vocação e dedicação. Nada que é obrigação flui com primazia. De qualquer forma estou certa de que tais experiências influenciaram sua vida e personalidade. Há um lugar de paz no qual sempre queremos estar, e para chegar lá passamos pelas mais diversas experiências… Abraços professor e boa semana.
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Cris, deu pra sentir a paz que encontraste por lá!
Lugares assim fazem bem!
E realmente, muito bom que existam essas almas que se propõe a essa vida levar!
beijos, linda semana! chica
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E como fazem bem, Chica! Essa noite dormi tão bem como há muito não ocorria, deve ser o ar de serenidade que respirei por lá. Boa semana e que esse ar esteja contigo 🙋🏽♀️
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Sim, Cris. Agora que assumi esta ‘vibe”, da escrita, o silêncio e reclusão, me são raros, mas, caros… Ou seria, são raros, por isso, caros?
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