O papel canta

O vento, o verde, o céu, o sol

Balançam papéis no varal

A água, as cores, a ponta dos dedos

Os sonhos, os medos, os desejos

Todo o Universo em folhas

É o recital da reciclagem

Onde fibras cantam

Na tela da vida

Onde a arte apura

E cura.

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Esse poema surgiu enquanto eu assistia a banca examinadora dos formandos do curso de pós graduação em Psicologia Transpessoal da ALUBRAT turma 2021.

A artesã, e agora terapeuta transpessoal, Gizelma Fernandes falou com tanto amor de seu trabalho com papéis artesanais que me comoveu.

Mais do que a teoria que ela apresentou, mais do que as prática nas oficinas tanto recreativas quando educacionais com pessoas em situações de risco e vulneráveis, o que presenciei foi uma mulher de fibra alinhada com um propósito maior de conexão com a terra e o Universo.

Quem com as mãos e um sonho transcende a realidade através da reciclagem. Quando digo sonho é nos dois sentidos, no onírico e no ideal, em 2004 ela sonhou que trabalhava com papéis, largou tudo o que fazia e foi até concretizar a Flor de Bananeira.

Pelo que notamos, até hoje ela estuda e aprimora sua arte com foco na sustentabilidade, afetividade e beleza. Se quiserem saber um pouco mais dessa história vejam essa reportagem A arte do papel.

Eu não resisti e entrei em contato com a coordenadoria do curso para saber onde encontrar essa artesã inspiradora. Divulgo esse trabalho por gratidão, sem ganhar um tostão, por presenciar o poder de transformação e cura que ele está promovendo. Quis dividir minhas impressões com vocês. O que mais me encantei durante sua apresentação foi ela dizer:

gente o papel canta, escuta, escuta, ele canta!

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@flor_bananeira – Instagram