Estéril ilibação

quisera esterilizar, de fato,
a falsidade, à queima-roupa
a mentira, tirando da mira
a hipocrisia, com corticoides.

quisera deveras esterilizar
a tecnologia que desconecta,
o engodo que viraliza,
a corrupção que corrói.

pudera esterilizar
a intolerância que desumaniza,
o desrespeito alergênico,
o oportunismo crônico.

pudera e quisera sim esterilizar
a competição que deprime,
a ostentação opressora,
o preconceito que mata,

pudera e quisera – ah! deveras!
oprimir o autoritarismo,
desautorizar o fascismo,
fraquejar de vez machismo

Por Maria Teresa Barbosa — @damusnostra


Tive a sorte de conhecer Teresa a autora dessa poesia acima no curso de pós graduação de Psicologia Transpessoal. Papo vai, papo vem, descobri que ela é uma excelente poeta e cantora (confira no Instagram @damunostra. “Estéril Ilibação” faz parte do livro Poetize 2021, uma antologia poética com 250 poemas, os quais foram selecionados no Concurso Nacional de Novos Poetas .

Ilibação = tornar puro ou isentar de culpa.

Quisera eu realizar os feitos ditos nesse poema, iria ilibar a alma, acreditar nos olhares e quem me dera e pudera vivenciar o amor incondicional. Mas, a vida também é feita de sombras e realidades cruéis que esterelizam sonhos. Nem por isso devemos deixar de confiar em outros planos de existência, na evolução de consciências e na cura desse mundo doente de “ismos”.

Com arte e poesia podemos tanto manifestar quanto contemplar, assim nossos dias vão ficando mais belos. A busca de elos e do despertar é contínua. Continuemos!

3 comentários

  1. Quando decidi o título de meu pequeno livro de poemas recém-lançado (O desvelar da poesia, entre luzes e sombras da pandemiia”, foi exatamente, esta ideia, sem, claro, ainda ter lido este post que me inspirou… Sigo isento de culpa…

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