Conviver bela palavra, para mim mistura de cova com viver. Porque na depressão nossos instintos são aguçados para viver ou morrer. A tênue diferença da decisão está justamente na convivência.
Conosco, com os pares, com as diferenças , insigficâncias e dificuldades. Como também conviver com a beleza da natureza, o cheiro da sua comida predileta, a saciedade provinda da água, o sorriso sincero, o bom dia do desconhecido.
Querendo ou não temos que conviver todos os dias. E quando a cova chamar só levaremos os frutos da convivência, mesmo lá, desses frutos, podem nascer flores.
Conseguimos nos entender na convivência com o outro, mas essa abertura não é fácil para um depressivo. Falando podemos encontrar o sentido, é uma troca também conhecida como convivência que nos faz humanos. Mas criamos barreiras de proteção do eu, pedras que não nos deixam mover. Ser humano, social e individualista, que dualismo.
Já ouviu aquele ditado que ninguém é feliz sozinho? Pois é, mas não falo só de felicidade, sei que a dor e a alegria não são eternas, nem eu e você. Mas a necessidade da convivência permanece, no dia a dia, nas relações sociais, com o meio ambiente, com o divino.
Enfim, concluo que conviver é evoluir. “Simbora” tentar isso com o vizinho, com as pessoas que morrem de fome na África, com o buraco negro do espaço, comigo.
Também acho que é o jeito, conviver. Olhar pro outro e ver outras dores, outras coisas que não a nossa dor.
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Acabei de ler seu texto sobre a depressão, incrível como descreve tudo o que eu também passo! Mesmo na dor e na indiferença há convivência, aqui estamos, nada passa apático nessa centelha que se chama vida.
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Incrível saber que existem pessoas que sentem essas mesmas coisas que eu e continuam sobrevivendo, como eu.
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Incrível esse texto Cris… de uma Luci10!
Conviver é um convite ao olhar…
Olhar e ver-se, se olhar e ver outrem…
A mistura e versos…
Do que eu vi e agora outro, vê…
Ver convicto de que são olhares…
Postos de vista, vistas do ponto…
Golpes de vista, encontros no olhar…
E quem sabe, ser visão…
Quem se reconhece é visão…
A visão que permanece mudando…
Impermanente obSERvador que em nós habita…
Dá-lhe troca de olhares e inspirações. 🙂
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Obrigada Adriano, esse também é lá do começo rsss quando comecei repensar valores. Forte abraço.
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