O que: entrevista
Quem: ator e comediante Eduardo Sterblitch
Onde: Glamurama
Quando: 06/10/2018
Por quê: Em outras ocasiões escrevi aqui como em Depressivo Sorridente, que a depressão pode estar acompanhada com o bom humor, ledo engano quem pensa que todo depressivo é um derrotado. Grande parte dos humoristas são depressivos.
Nessa entrevista com o ator e comediante Eduardo Sterblitch podemos analisar isso claramente. Ele diz que a depressão é um tipo de humor que ele tem que lidar constantemente. Também diz um lema que muito gosto: Reverter a dor em criatividade, pois, na alegria pouco pensamos, ou seja, a vivenciamos. Já na tristeza se não pensarmos nela, é ela que vivencia na gente…
“Faço a análise há muito tempo, mas uma boa análise há um ano. Foi quando entendi que eu tinha que falar mesmo. Antes eu jogava muito comigo, mentia pra mim mesmo. Já tive crises sérias. Já deixei de trabalhar por depressão, claro. ‘Eduardo Sterblicht já quis se matar’. Pode botar aí [risos]. A depressão é um estágio de vida perigoso. Tento lidar com felicidade, tristeza, medo, angústia todos os dias. Reverto em criatividade. Minha analista diz para eu fazer isso, jogar pra outro lugar, para que eu não fique refém disso”.
“Estou colocando todas essas questões para minha terapeuta toda semana, para tentar entender o que é a minha vida, o que eu represento para as pessoas, qual é minha importância. E calculando isso com calma, pra não ficar ansioso. Sou muito ansioso. Para eu entrar em uma crise de pânico e de depressão é fácil. Sempre fui muito deprimido. E sempre vou ser. Lido muito bem com a depressão. Não fico triste por ser deprimido. Não tenho vergonha de ser triste. Todo mundo se coloca muito feliz. Pra mim, as pessoas todas são muito felizes, isso me deixa muito triste. Todo mundo muito feliz? Acho muito difícil ser feliz. E acho que, quando você está muito feliz, não pensa muito. Quando você está triste, calcula um pouco mais. Gosto da minha tristeza não por drama, por me entregar à dor, mas acho que a dor pode ser algo bom. Jesus mostrou que a dor é comum e que a morte não é significativa. Mostrou que a carne não é nada, é humano só. Eu tenho isso em mim”.
“Sempre fui muito melancólico, e isso está muito ligado ao meu tipo de humor. As pessoas gostam muito do meu humor também porque sou um melancólico bobo. Elas percebem que tem algo estranho aqui. Tenho um olharzinho triste, uma coisa meio ‘renatoaragônica’. Mas isso é charme também”.
Entrevista completa, publicada no site Glamurama, clique aqui➡️
“Sempre fui deprimido. ‘Eduardo Sterblitch já quis se matar’. Pode botar aí”
Reverter a dor em criatividade, sempre 🙂
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Sempre…
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“Reverter a dor em criatividade, pois, na alegria pouco pensamos, ou seja, a vivenciamos. Já na tristeza se não pensarmos nela, é ela que vivencia na gente…”
Adorei esse lema.
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Bom buscar lemas para nos sustentar…🙋🏽♀️😘
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Sem dúvida.
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Gosto muito desse comediante. Adorei a naturalidade dele pra falar de depressão e da forma dele ser e de fazer arte. A terapia deve ter contribuído😊😘
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Depoimentos assim ajudam a clarear o caminho… A terapia sem dúvida é um diferencial, o antidepressivo ajuda a sair do buraco, mas só o contato com o pensamento gera a transformação, aí que entra a terapia porque há muita coisa em nós mesmos que não conseguimos ver e lidar sozinhos…
Abraços e boa semana 😘
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