Silenciosamente
Chegou
Sem ser convidada
Se instalou
Fui despida
Fui vestida
Camadas de pele
Dilacerando
Nos ossos ocos
Pensamentos sorrateiros
Nos mortos
Com o vestido preto
Não há face
Não há máscaras
No espelho
O que nos modela
É o tecido feito por sombras
Costuradas na alma
Como resistir ao que nos contém?
Passeei e quase morei em Plutão
Foi quando lembrei de Platão
No seu Mito da Caverna
Que dizia
O mundo das formas transcende
Ao nosso próprio mundo
Quão pequena
Usando um só vestido
Agradeci a dama de preto
Que me trouxe até aqui
Senti sua dor
Seu pavor
Seu clamor
A escutei
Tintim por tintim
Ela me perguntou
E agora?
Eu respondi
Estou com saudade daquele vestido de flores e pregas cheios de botões no peito
Assim ela voou
E eu deixei de ser
Minha carrasca.
Plutão na mitologia romana, o mesmo que Hades na mitologia grega, era o deus do submundo. Marido de Perséfone. Lembrando que inferno para eles não tem o mesmo significado que inferno nos dias atuais.
Plutão tinha o domínio sobre os mortais na pós morte, e também tinha o poder de restituir a vida, apesar de ter feito isso poucas vezes e a pedido de Perséfone. Quieto e temido, ele representava tudo aquilo que não queremos, ou não estamos preparados para ver, desde a morte até a transformação.
Plutão (Hades) ganhou o domínio das terras subterrâneas após uma disputa com os Titãs, seus irmãos ficaram com o domínio dos mares (Poseidon) e do céu e da Terra (Zeus).
Sugestão de Leitura:
Os Deuses e o Homem.
As Deusas e a Mulher.
Ambos escrito por Jean Shinoda Bolen.
Metamorfose: da lagarta que rasteja á borboleta que voa, bate asas para a transcendência…
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🦋exemplo lindo e vivo, mas quase em extinção… TransFORMEmos.
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🐛🐛🐛🦋🦋🦋
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Lindas palavras.
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Obrigada Miau 🙋🏽♀️
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Jung é foda!
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Tem sido meu parceiro ultimamente, risos…
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