
Que meu corpo seja água
Cada vez mais límpida
Para sorver alegria
Filtro de detritos
Livre das correntezas
Meio cheio
Meio vazio
Na medida do olhar
Do que há por dentro
Vidro transparente
Mãos diligentes
Nascentes brotando água
Do chão
Que será contida
Num copo.
Aqui brinquei com a metáfora do copo meio cheio e meio vazio, que diz que tudo é uma questão de perspectiva, que somos nós quem escolhemos sermos otimistas ou pessimistas. Pensemos, a foto do copo é estática, nosso corpo é vida em movimento. O importante não é o que você segura, mas tudo o que deixa fluir (até as sombras). A mágoa é a má água que nos afoba e afoga. Quando vamos colocando mais água limpa no corpo as sujidades vão perdendo espaço. Não escolhemos o copo, mas decidimos o que levamos na boca, no coração, nas atitudes que reverberarão em muitos corpos.

Já leram o poeta Paulo Leminski?
Sempre há motivos de inspirações!
Quase uma oração. Bonito.
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Também tive essa impressão. Obrigada. Abraços e orquídeas ao vento.
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Copos e corpos… Copos meio vazios são apenas copos, mas, corpos vazios, são corpos sem alma. Animado com suas palavras e práticas.
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Estou me acostumando com o expandir da poesia que você faz por aqui, volte sempre, é bem vindo, sabe disso.
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Apenas comento o que me toca mais.
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