Dia de pata

Hoje durante a caminhada vi uma pata atacando um pitbull, isso mesmo, o cachorro estava preso na coleira e passeava com a sua dona, quando se aproximou dos filhotes de patos, então, foi surpreendido por grunhidos e bater de asas esvoaçantes.

Logo lembrei de meu dia de pata, eu caminhava com meus dois filhos pequenos e um punhado de livros infantis nas mãos, dois cachorros vieram atacá-los, eu fui para cima com tudo. Como se não bastasse o dono dos animais, um rapaz bombado de academia, veio em defesa das crias dele; eu estava tão transtornada que pedia para o cara bater na minha cara, mas, que não permitisse que os cachorros chegassem perto das crianças para morder ou assustar, que domasse seus bichos. Por sorte ficou só por isso mesmo, palavras grosseiras, olhares bravios, sangue quente, pelo menos por aquela hora. Moravamos no mesmo condomínio onde tudo aconteceu, coincidentemente também na beira do lago, eu perdi a vontade de caminhar por ali, meu filho mais velho pegou trauma de cachorros que só veio recuperar recentemente na adolescência. Já contei essa história aqui em Medo.

O presente e o passado resgatam memórias da nossa força interna adormecida que surgem quando estamos em situação de risco e/ou temos uma grande motivação. “Se tiverem fé de um tamanho do grão de mostarda removerão montanhas”, Matheus 17:20.

Mas, não é preciso situações extremas (o que a Psicologia Transpessoal chama de emergência espiritual, situações de pico ou experiências culminantes) para uma mudança de atitude, para conhecermos e usarmos nossa força interior.

Prova disso são as pessoas que andam na brasa, nadam em lagos congelantes, deitam em cama de parafusos. Como? Pode ser por reprogramação mental, práticas, técnicas de respirações, hipnose, rituais espirituais, e assim vai.

Parece tudo tão distante, né?

Mas, podemos começar treinar já refletindo sinceramente o que nos motiva, o que nos impulsiona, quais causas queremos atuar e quais causos teremos prazer em contar.

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7 comentários

  1. Eu acho que agiria da mesma forma. Sobre andar em brasa, me lembro que meu pai fazia isso sempre no dia de São João. Era impressionante como ele atravessa as bravas da fogueira. Aquilo ficou marcado em minha memória e ele sempre nos repetia a mesma frase todos os anos: tudo é questão de fé.

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  2. De se andar com ponto fixo, ou simplesmente a esmo; de se levar na calma das mãos e dos pés mais do que adjetivos e substantivos, pode dar em que assombros aconteçam, luzes do Nunca nos envolvam, querendo talvez saber de nós o que talvez nem nós próprios ainda sabíamos de nós. Vida longa ao rumor das patas, vida longa ao que pode a herança de mil mãos de certas mães. Instinto é instinto.

    Muito belo texto esse texto seu acerca de tais episódios. C. G. Jung, com certeza, iria gostar disso.
    Darlan M Cunha

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